A felicidade condicional

Metamorfose - Edição #026

  • Serei feliz quando encontrar o amor verdadeiro

  • Serei feliz quando puder viajar o mundo

  • Serei feliz quando aprender a tocar um instrumento musical

  • Serei feliz quando me sentir realizada profissionalmente

  • Serei feliz quando tiver filhos

  • Serei feliz quando realizar o sonho de ter minha empresa

Esse é o estado de felicidade baseado na falta. É uma felicidade condicional, onde você só é feliz Quando ou Se um evento específico acontecer.

Dor x Sofrimento

O sofrimento é como uma flecha que atiramos em nós mesmas

A neurociência explica como ocorrem os dois tipos de dor: (1) transitória e (2) duradoura no corpo físico. Vou mostrar, através desse conceito, como a dor (transitória) e o sofrimento (duradouro) se relacionam, e sobre qual você possui controle.

(1) Dor transitória: Imagine que você foi picada por uma agulha, vai doer no momento presente, no entanto, ela passa rapidamente.

(2) Dor duradoura: Agora, imagine que você queimou a sua mão na brasa, vai doer no momento presente e levarão algumas semanas para que não haja nenhum sofrimento depois desse evento (a dor é latente após o momento da queimadura).

A dor e o sofrimento funcionam da mesma forma. A dor ocorre quando estamos vivenciando um momento difícil no presente. O sofrimento ocorre depois que esse evento já passou, ou seja, sofremos pelo que está no passado.

O sofrimento ocorre quando somos relutantes em aceitar a realidade da dor e criamos expectativas e narrativas internas para tentar, de forma ineficaz, mudar o passado.

O sofrimento é a narrativa que construímos em torno da dor.

A chave para transcender o sofrimento está em mudar nossa relação com a dor:

🔑 Em vez de lutar contra os fatos, podemos reconhecer que a dor faz parte da caminhada de todo ser humano, e que é através dela que nós crescemos, nos transformamos e nos tornamos pessoas melhores.

A verdadeira cura não está na ausência da dor, mas na maneira como escolhemos lidar com ela.

Quando não aceitamos o que é e desejamos mudar o passado ou um acontecimento no momento presente por causa do apego, isso revela o quanto não estamos abertas para aprender a lição que aquele momento quer ensinar.

O sofrimento é opcional

Sofremos mais na imaginação do que na realidade.

Sêneca

Não estou dizendo que nunca iremos sofrer, mas nós temos a capacidade de determinar quanto tempo irá durar esse sofrimento.

Sofremos quando acreditamos que a dor não possui justa causa, isso porque não olhamos para a experiência dolorosa na perspectiva do significado e do propósito.

Quando desenvolvemos a habilidade de extrair significado de todas as situações: "Isso está acontecendo por causa disso”.

E compreendemos o propósito que está por trás daquela experiência: “Isso está acontecendo para isso".

Isso nos mostra que cada experiência quer nos ensinar duas lições. A medida que aprendemos essas duas lições em cada situação, pulamos de fase. Ou seja, amadurecemos mais um pouco, e isso nos aproxima das decisões certas.

Os vilões da felicidade

Apego + Expectativa imatura = Sofrimento.

O apego e a expectativa são duas experiências emocionais diferentes, mas interligadas.

  • Apego: é conexão emocional intensa a algo ou alguém.

É uma ligação profunda que pode surgir devido a sentimentos de segurança, conforto ou familiaridade.

O apego gera uma grande dependência emocional, pois, acreditamos que não existe felicidade sem a pessoa, objeto ou status social.

O apego é um exemplo de idolatria que praticamos de forma inconsciente. Toda vez que depositamos nossa fé em algo (objeto ou status) ou em alguém estamos plantando uma semente de sofrimento.

O apego causa sentimentos de ansiedade, tristeza ou sofrimento quando o objeto do apego está ausente ou em mudança.

  • Expectativa: é quando você antecipa mentalmente um resultado específico em uma situação futura.

Ela surge quando temos uma ideia pré-determinada de como as coisas devem acontecer ou como os outros devem se comportar.

As expectativas influenciam nossas emoções e nossas reações. Imagine as seguintes situações:

Situação 1:

Carla organizou uma festa de aniversário para uma amiga próxima, planejando todos os detalhes com muito cuidado e antecedência. No entanto, durante a festa, as coisas não saem como ela esperava.

O bolo encomendado não chega a tempo, alguns convidados cancelam de última hora e começa a chover. Carla reage imediatamente com raiva e frustração, expressando sua decepção com os convidados e com a aniversariante.

Ela sente que todos os seus esforços foram em vão e têm dificuldade em aproveitar o momento, pois está presa às expectativas não atendidas.

Situação 2:

Wanda se candidatou a uma vaga de emprego que queria muito. Ela se preparou bem, passou na entrevista, mas no final não foi selecionada. No entanto, em vez de ficar abatida ou desanimada, ela aceita a situação com tranquilidade.

Reconhece que o resultado faz parte do processo e está aberta para novas oportunidades que possam surgir. Ela entende que não ser selecionada para o emprego não define seu valor como pessoa, e continua se desenvolvendo com otimismo e determinação.

A expectativa imatura (situação 1) pode levar à decepção, frustração e conflito pessoal.

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