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Autoestima não é sobre se amar.

É sobre parar de se trair.

Você já percebeu como é mais fácil perdoar quem te machuca do que perdoar a si mesma por ter aceitado?

Porque no fundo, a dor maior não é o que o outro fez. É o que você permitiu.

É olhar no espelho e reconhecer que, em algum momento, você traiu quem você dizia ser.

Disse que merecia respeito... mas aceitou migalhas. Jurou que não voltaria... mas voltou. Prometeu que dessa vez seria diferente... mas foi exatamente igual.

E aí vem aquela sensação sufocante de estar presa num ciclo que você mesma alimenta.

A neurociência explica algo que a gente sente mas não consegue nomear: cada vez que você aceita menos do que merece, seu cérebro registra isso como verdade.

Não é uma crença abstrata flutuando no ar. É uma conexão neural real, física, que se fortalece toda vez que você ignora seus limites, toda vez que você fica onde não é valorizada, toda vez que você aceita contato esporádico sabendo que vai doer depois.

Seu sistema límbico, a parte emocional do cérebro, aprende: "essa é a minha realidade".

E então começa o ciclo vicioso: você busca relacionamentos que confirmem essa "verdade" neurológica. Porque o cérebro adora padrões conhecidos, mesmo quando eles machucam. Mesmo quando destroem.

Olha só... autoestima não nasce de afirmações positivas no espelho. Ela nasce da coerência entre o que você diz que merece e o que você aceita na prática.

É sobre integridade emocional.

Você pode repetir mil vezes "eu mereço mais", mas se continua respondendo a mensagem dele às 2h da manhã, se continua aceitando encontros sem compromisso, se continua sendo a opção conveniente quando ele está sozinho... seu cérebro não acredita no que você diz. Ele acredita no que você faz.

E é por isso que você se sente dividida. Uma parte de você sabe que merece melhor. A outra parte continua aceitando pior. Não é fraqueza. É neurociência mal direcionada.

A boa notícia? Dá pra retreinar.

Mas isso exige mais do que força de vontade ou fé mal aplicada.

Exige ação consciente. Exige você parar de se trair em nome de um amor que só existe na sua cabeça.

Exige reconhecer que cada "sim" que você dá contra sua própria dignidade é um "não" que você diz pra mulher que você prometeu se tornar.

A autoestima performática vs. a autoestima estrutural.

Deixa eu explicar essa diferença porque ela é fundamental.

A autoestima performática é aquela das redes sociais. É você postando frases sobre se valorizar. É você se olhando no espelho e dizendo "eu sou suficiente".

Nada disso é ruim. Mas também não é suficiente.

Porque a autoestima estrutural é aquela que se manifesta nas suas escolhas reais. É o que você faz quando ele manda aquela mensagem às 23h.

É se você aceita ou não aquele encontro sem compromisso. É se você fica ou vai embora quando percebe que não está sendo valorizada.

Pensa comigo: você pode repetir mil vezes que se ama. Mas se na primeira oportunidade você aceita migalhas emocionais, seu cérebro vai acreditar nas suas ações, não nas suas palavras.

Sabe o que percebi ao longo desses anos estudando neurociência e comportamento humano?

Autoestima não é sobre se amar mais.

É sobre parar de trair quem você é.

Cada vez que você aceita migalhas emocionais: aquela mensagem às 2 da manhã, aquele "oi, sumida" depois de semanas de silêncio, aquele relacionamento que só existe quando convém a ele, seu cérebro registra uma informação física: "eu não mereço mais que isso".

Não é uma crença abstrata flutuando no ar.

É uma conexão neural real que se fortalece cada vez que você ignora seus limites.

E aí começa o ciclo que você conhece bem: você busca relacionamentos que confirmem essa "verdade" neurológica. Porque o cérebro adora padrões conhecidos, mesmo quando eles machucam.

A autoestima verdadeira não nasce de afirmações positivas no espelho ou de posts motivacionais salvos no Instagram.

Ela nasce da coerência entre o que você diz que merece e o que você aceita na prática.

Obrigada por ler até aqui e até a próxima. 🌹

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