Como se tornar constante

Metamorfose - Edição #045

"O Melhor é Inimigo do Bom" - Voltaire.

Quando buscamos ser "o melhor", podemos cair na armadilha do perfeccionismo. Essa mentalidade nos leva a acreditar que, a menos que possamos executar uma tarefa de forma impecável, não vale a pena tentar.

O perfeccionismo transforma o planejamento em um ciclo interminável de ajustes e revisões, na esperança de que a execução seja perfeita. No entanto, a busca pela perfeição se torna um obstáculo para a ação. Visto que, ao longo do dia podem surgir situações que não podemos controlar, como: doença, transito, clima, atitudes de outras pessoas e etc.

Direcionar desgaste emocional para situações que não podemos controlar revela que estamos em um estado de imaturidade.

Por outro lado, quando aceitamos que "para o dia de hoje, eu sou bom o suficiente", abrimos espaço para a ação, mesmo que imperfeita. O objetivo não é ser medíocre, mas sim entender que resultados reais vêm da prática contínua e da disposição em aprender com erros e imperfeições que surgem no caminho.

Intenção não produz resultado

Ter boas intenções é apenas o ponto de partida, não o destino. Planejar, sonhar, visualizar, são apenas ideias. A intenção não gera resultado. É a ação, mesmo que imperfeita, que nos aproxima de nossos objetivos.

A ação gera experiência, e a experiência, refina nossa habilidade, tornando-nos melhores. Para você ser o melhor, primeiro você precisa ser bom, e antes de ser bom, você precisa ser ruim e antes de ser ruim; você precisa decidir ser o melhor.

Ser "bom o suficiente" não significa que estamos nos contentando com menos. Significa que estamos reconhecendo a importância da ação para o dia de hoje.

Aceitar o "ruim" como ponto de partida nos liberta da paralisia do perfeccionismo e nos coloca em movimento. E é esse movimento que nos leva mais perto do "melhor".

Hábitos são atalhos aprendidos com a experiência - James Clear

Como se tornar constante em qualquer hábito

Se o primeiro fruto de um hábito é doce, o ultimo será amargo. Por outro lado, se o primeiro fruto de um hábito é amargo, ou último será doce.

'Toda disciplina, com efeito, no momento não parece ser motivo de alegria, mas de tristeza; ao depois, entretanto, produz fruto pacífico aos que têm sido por ela exercitados, fruto de justiça.

Hebreus 12:11

A constância em qualquer hábito que se deseja adquirir não é fruto do acaso ou de uma simples força de vontade, mas sim o resultado de um processo neurobiológico. O cérebro trabalha para transformar ações repetidas em comportamentos automáticos.

Supondo que hoje você queira começar a desenvolver o hábito da leitura. Você entra no site da Amazon, e compra um livro que uma pessoa te indicou. No momento da compra você está super empolgada. O livro chega após três dias… Durante esses três dias, você já tinha esquecido que precisava desenvolver o hábito da leitura. Bom, o livro chega e você abre para dar uma folheada e diz que amanhã vai começar. Porém, o amanhã se torna 1 semana, que se torna 1 mês, e assim sucessivamente…

Adapte esse exemplo para qualquer hábito ou atividade que você esteja com dificuldade.

Quando decidimos desenvolver um hábito, o nosso cérebro passa um processo de adaptação que envolve diversas áreas, especialmente os gânglios da base (responsáveis pela formação e armazenamento de padrões comportamentais) e o córtex pré-frontal (que desempenha um papel crucial na tomada de decisões e no controle do comportamento).

Nos estágios iniciais, a criação de um novo hábito exige esforço consciente e autocontrole, ou seja disciplina. Pois é necessário ativar o córtex pré-frontal para tomar decisões conscientes. Com a repetição constante, o comportamento começa a ser transferido para os gânglios da base, que automatizam essa ação, tornando-a um hábito.

A inconstância é para pessoas com mentalidade infantojuvenil. A constância, parte da disciplina, que rege os nossos comportamentos mesmo quando não queremos fazer algo. Quem faz birra é criança, adultos fazem o que precisa ser feito.

Como formar um hábito

No livro Hábitos Atômicos o autor apresenta quatro leis fundamentais para formar e manter um hábito. Essas leis são baseadas em princípios de comportamento e psicologia, e têm como objetivo tornar o processo de criação de hábitos mais eficaz.

1. Torne-o claro: Esta lei se refere à importância de tornar o hábito desejado claro e visível. Para isso, você deve identificar os gatilhos que levam ao comportamento e posicionar esses gatilhos em lugares onde você os verá facilmente. Por exemplo, se você quer criar o hábito de beber mais água, deixe uma garrafa de água em sua mesa de trabalho ou em um local onde você a verá com frequência.

2. Torne-o atraente: A segunda lei sugere que você deve associar o novo hábito a algo que você já gosta ou que acha prazeroso. Tornar o hábito atraente aumenta a motivação para praticá-lo. Isso pode incluir o uso de recompensas ou a combinação de hábitos (associando um novo hábito a um que você já tem e gosta).

Exemplo: Quando eu não quero fazer uma atividade física, eu lembro que gosto de assistir vídeo aulas sobre desenvolvimento pessoal. Então, mesmo que eu não faça um treino incrível. Eu assisto uma aula de 30 minutos enquanto faço bicicleta.

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