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Como parei de criar dramas épicos sobre situações simples

Metamorfose - Edição #091

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Você já disse para si mesma: "Serei feliz quando encontrar o amor verdadeiro"?

Ou talvez: "Vou me sentir completa quando conseguir aquele emprego dos sonhos, quando tiver filhos, quando puder viajar o mundo..."

Essa frase inocente carrega uma armadilha silenciosa.

Ela nos coloca em uma prisão dourada onde a felicidade sempre está a um passo de distância. É como perseguir o próprio reflexo — quanto mais corremos atrás, mais ele se afasta.

Existem dois tipos de dor física: a transitória e a duradoura.

A primeira é como a picada de uma agulha — dói intensamente, mas passa rápido.

A segunda é como queimar a mão em uma brasa — a dor permanece por dias, às vezes semanas.

Mas e a dor emocional?

Aqui mora o segredo que pode transformar sua vida: a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional.

O sofrimento nasce quando resistimos à realidade. Quando alimentamos aquelas narrativas internas que nos mantêm presas ao passado.

Quando tentamos, em vão, reescrever uma história que já foi escrita.

Pense assim: a dor é o que acontece. O sofrimento é a história que contamos sobre o que acontece.

É a diferença entre sentir a chuva e ficar horas reclamando que está molhada.

A chave para transcender não está em evitar a dor.

Está em aceitar que ela faz parte do caminho. É através dela que crescemos, nos transformamos e nos tornamos mais fortes.

Não se trata de nunca sofrer.

Se trata de entender que podemos decidir quanto tempo esse sofrimento vai durar. Que podemos escolher se vamos usar a dor como combustível para crescer ou como desculpa para estagnar.

Quando encontramos significado no que vivemos — "isso aconteceu por causa de..." — e propósito — "isso aconteceu para..." — descobrimos que cada experiência quer nos ensinar algo.

E quando aprendemos essas lições, damos um salto. Amadurecemos. Nos aproximamos das decisões certas.

Hoje, quero te mostrar como transformar sua dor em sabedoria.

Dor x Sofrimento

"A dor é inevitável; o sofrimento, não. Ele nasce quando resistimos à realidade, alimentamos narrativas internas e tentamos, em vão, mudar o passado."

Imagine que você está caminhando descalça numa trilha rochosa. De repente, pisa numa pedra afiada. A dor é imediata, intensa, mas dura apenas alguns segundos. Isso é dor transitória.

Agora imagine que, em vez de cuidar do ferimento, você fica martelando o pé machucado contra outras pedras, dizendo: "Por que eu pisei aqui? Eu deveria ter visto! Se eu fosse mais cuidadosa, isso não teria acontecido!"

O ferimento, que duraria alguns minutos, agora sangra por semanas.

Essa é a diferença entre dor e sofrimento.

Você pode sentir a dor sem amplificá-la.

Pense assim: a dor é como uma onda no oceano. Você pode tentar segurá-la, empurrá-la para longe, ou lutar contra ela. Mas ela vai te derrubar e te arrastar.

Ou você pode mergulhar nela, deixá-la passar por você, e emergir do outro lado mais forte.

A diferença não está na intensidade da onda. Está na sua relação com ela.

O Sofrimento Como Flecha Que Atiramos em Nós Mesmas

"O sofrimento é a história que contamos sobre a dor."

Você já parou para perceber que algumas dores duram muito mais tempo do que deveriam?

Um término que aconteceu há meses ainda te consome os pensamentos.

Uma palavra áspera dita por alguém que você ama ecoa na sua mente por semanas.

Um erro do passado te persegue como uma sombra.

Por quê?

Porque não é a situação que está te machucando. É a história que você conta sobre ela.

É como criar uma narrativa épica sobre aquela dor. Exemplo:

"Ele me traiu porque não sou interessante o suficiente. Outras mulheres são mais divertidas, mais bonitas, mais inteligentes. Eu sempre sabia que não era suficiente. Minha mãe sempre disse que eu era difícil demais. Talvez eu realmente seja impossível de amar. Vou morrer sozinha. Deus deve estar me castigando por algo."

Percebe? Uma situação se transformou em dez conclusões devastadoras sobre quem ela era como pessoa.

A neurociência chama isso de ruminação — quando o cérebro fica preso num loop de pensamentos negativos. É como um disco riscado que toca a mesma música triste indefinidamente.

Você pode escolher parar de atirar flechas em si mesma.

O primeiro passo é reconhecer a diferença entre fato e interpretação.

Fato: "Ele terminou comigo." Interpretação: "Ele terminou comigo porque sou inadequada."

Fato: "Eu não consegui o emprego." Interpretação: "Eu não consegui o emprego porque sou incompetente."

Fato: "Ela não respondeu minha mensagem." Interpretação: "Ela não respondeu porque está com raiva de mim."

Quando você consegue separar os fatos das suas interpretações, algo poderoso acontece: você para de lutar contra fantasias e começa a lidar com a realidade.

E a realidade, por mais dolorosa que seja, sempre é mais suave que as histórias que criamos sobre ela.

Sofremos Mais na Imaginação Do Que na Realidade

"Sofremos mais na imaginação do que na realidade." — Sêneca

Sua mente é uma fábrica de cenários.

Enquanto você está aqui, lendo estas palavras, ela já criou dezessete versões do que pode acontecer hoje. Imaginou conversas que talvez nunca aconteçam. Antecipou dores que podem nem existir.

E o mais impressionante: seu corpo reage a essas fantasias como se fossem reais.

A neurociência revela algo fascinante: quando você imagina uma situação, seu cérebro ativa as mesmas regiões que seriam ativadas se você estivesse realmente vivendo aquela experiência.

É por isso que você pode sentir ansiedade pensando numa apresentação que só vai acontecer na próxima semana. Ou sentir raiva relembrando uma discussão que aconteceu há meses.

Seu sistema nervoso não consegue distinguir entre o que está acontecendo e o que você está imaginando que está acontecendo.

Isso explica por que tantas mulheres sofrem mais com relacionamentos que existem apenas na sua cabeça do que com relacionamentos reais.

Quantas vezes você já sofreu por antecipação? Quantas noites de sono você perdeu imaginando cenários que nunca se concretizaram?

Quantas vezes você criou dramas épicos na sua cabeça sobre situações que, na vida real, se resolveram de forma muito mais simples?

A mente humana tem uma tendência natural para o catastrofismo. É um mecanismo de sobrevivência que herdamos dos nossos ancestrais.

Imaginar o pior cenário possível nos preparava para perigos reais.

Mas hoje, esse mesmo mecanismo nos faz sofrer por perigos imaginários.

Toda vez que se pegar criando cenários dramáticos, faça esta pergunta: "Isso está acontecendo agora, ou estou imaginando que está acontecendo?"

Se a resposta for "estou imaginando", pare.

Respire fundo. Volte para o momento presente.

Olhe ao seu redor. O que você vê de verdade? O que você ouve de verdade? O que você sente de verdade?

A realidade, mesmo quando é dolorosa, é sempre mais suave que as tragédias que criamos na nossa imaginação.

Encontrar Sentido e Propósito na Dor

"Sofremos quando acreditamos que a dor não tem causa justa. Isso acontece porque não olhamos para ela com os olhos do significado e do propósito."

Existe uma diferença abissal entre dor que faz sentido e dor que parece aleatória.

Quando uma mulher está em trabalho de parto, ela sente uma das dores mais intensas que o corpo humano pode experimentar. Mas ela não sofre da mesma forma que sofreria se sentisse a mesma intensidade de dor sem saber por quê.

A diferença está no significado.

Ela sabe que cada contração a aproxima do momento em que vai segurar seu filho nos braços. A dor tem um propósito claro: trazer vida.

Mas quando a dor parece sem sentido — quando não conseguimos enxergar para onde ela nos está levando — aí sim ela se transforma em sofrimento devastador.

Durante meus anos de relacionamentos tóxicos, a pergunta que mais me atormentava era: "Por que isso está acontecendo comigo?"

Eu me sentia como uma vítima do acaso.

Cada decepção parecia uma confirmação de que eu estava destinada a sofrer.

Foi só quando comecei a procurar significado naquelas experiências que tudo mudou.

Não estou falando de romantizar o sofrimento. Não estou dizendo que devemos ser gratas por relacionamentos que nos machucam.

Estou falando de algo muito mais profundo: a capacidade de extrair sabedoria da dor.

Viktor Frankl, sobrevivente do Holocausto e criador da logoterapia, descobriu algo revolucionário nos campos de concentração: as pessoas que conseguiam encontrar significado no sofrimento tinham muito mais chances de sobreviver.

Ele escreveu: "Quando não podemos mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos."

Cada relacionamento que me machucou me ensinou algo essencial:

O homem que me traiu me ensinou que eu estava aceitando migalhas porque não acreditava que merecia o banquete inteiro.

O homem que me manipulou me ensinou que eu estava tão carente de validação que qualquer atenção parecia amor.

O homem que desapareceu sem explicação me ensinou que eu estava construindo castelos na areia das minhas fantasias.

Percebe? Cada causa tinha uma lição. Cada propósito tinha uma transformação.

Isso não significa que eles estavam certos em me machucar. Significa que eu escolhi usar aquela dor como combustível para me tornar uma versão melhor de mim mesma.

A neurociência chama isso de crescimento pós-traumático: a capacidade de usar experiências difíceis como catalisadores para desenvolvimento pessoal.

Mas como encontrar significado numa dor que parece sem sentido?

Comece perguntando: "O que essa experiência quer me ensinar?"

Em vez de: "Por que isso aconteceu comigo?"

Pergunte: "Para que isso aconteceu?"

A primeira pergunta te mantém presa no papel de vítima. A segunda te liberta para ser protagonista da sua cura.

Quando você consegue responder "isso aconteceu para..." — para me ensinar meu valor, para me mostrar meus padrões, para me preparar para algo melhor — a dor deixa de ser um inimigo e se torna uma professora severa, mas necessária.

Na mentoria Volare você vai aprender a viver essa liberdade de voar para um espaço seguro e voltar a si mesma.
Não para reviver o passado…
Mas para resgatar a mulher que você deixou pra trás.

Aquela que sonhava.
Que acreditava.
Que sentia leveza ao caminhar, mesmo sem saber exatamente o destino.

Volare é sobre isso:
Dar um novo significado à dor.
Soltar os pesos invisíveis que te impedem de seguir em frente.
Recuperar sua voz, seu valor e sua liberdade interior.

Se você sente que está vivendo no automático…
Se parece que sua história travou em alguma página…
Então essa é a hora de voltar.

As inscrições estão abertas.

Faça sua aplicação na Mentoria → Clique aqui.

Até a próxima. 🌹

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