Engenheira e Escritora - Dois extremos

Você é engenheira, como descobriu que gostava de escrever?

Essa foi a pergunta que recebi de um seguidor e resolvi escrever sobre essa autodescoberta em formato de narrativa com interpretação.

Envolta por paredões de 30 metros rochosos, sua única saída era atravessar um túnel escuro e estreito com espinhos pontiagudos que sussurravam histórias de dor. A cada passo, ela sentia os espinhos como lâminas cortando profundamente a sua carne, deixando-a com feridas expostas.

O sangue que escorria pela sua pele, era a lembrança vívida das batalhas que enfrentava dentro daquele túnel. Em meio à dor, a tentação de parar, desistir e render-se à exaustão. As feridas abertas ardiam como pimenta nos olhos e o peso do desânimo sobrecarregava seus ombros.

Cansada, ela senta sobre o chão, coloca seus joelhos próximo ao corpo e coloca suas mãos sobre seu rosto, suas emoções caminham em círculos e tentam decidir entre desistência e resiliência.

As lágrimas invadem seus olhos como um tsunami. Sozinha e com medo, ela se questiona: "Como vim parar aqui?"

Suas escolhas a conduziu para esse corredor apertado e doloroso?

Ela entrou em um estado de introspecção profunda e questionamentos que ecoavam na sua alma em meio a escuridão. "Por que vim parar aqui? O que estou fazendo de errado?".

No silêncio da sua introspecção e na contínua busca por respostas, ela entende que as suas escolhas eram resultados do seu presente.

A sua busca pelo "por que?" era um passo em direção à luz que a envolvia uma metamorfose, uma transformação profunda. Não se tratava apenas de cicatrizar as feridas visíveis, mas de curar as feridas internas que iriam moldar suas novas escolhas.

A transformação não foi instantânea; foi um processo gradual de aceitação, perdão, cura e autodescoberta. Ela passou a usar as pontas afiadas do túnel como oportunidades de crescimento. Cada corte, era uma lição; cada gota de sangue, uma lembrança da sua própria humanidade.

A transformação ascendeu sua luz interna e ela passou a transparecer essa luz iluminando o seu caminho. Agora, ela conseguia enxergar e desviar de cada espinho ou remover para que ela não se machucasse novamente.

À medida que ela caminhava pelo túnel, não era mais a mesma que entrou. Ela carregava não apenas as cicatrizes de batalhas vencidas, mas uma nova força. Sua trajetória tinha um novo propósito: transformar-se e curar-se para transformar e conduzir outras pessoas para o caminho de cura.

Ela se tornou um testemunho vivo de que, mesmo nas circunstâncias mais desafiadoras, a resiliência e a autorreflexão podem ser a chave para desbloquear portas que levam a um futuro de potencial ilimitado.

A sua caminhada continua, agora com a certeza de que cada passo, por mais difícil que seja, pode ser um passo em direção ao crescimento e à capacidade de inspirar a transformação na vida de outras pessoas.

Interpretação

O túnel estreito de espinhos representa os momentos difíceis e desafiadores da vida, nos quais podem decorrer de más escolhas pessoais ou dificuldades que somos acometidos e não possuímos controle, como doenças ou perdas de entes queridos.

Crie o hábito de ser responsável sobre aquilo que você possui controle e aquilo que não possui controle entregue nas mãos de Deus e confie.

Se dermos desculpas e culparmos os outros pelos nossos erros, abrimos mão do nosso poder de mudar.

Se você não possui clareza sobre seus princípios e ainda possui dificuldade em dizer “não”. A sua vida será conduzida por opiniões alheias e você só terá consciência disso quando se encontrar em uma situação difícil por causa dessas escolhas.

Cortes Profundos como Adversidades

Os cortes profundos simbolizam as adversidades que causam feridas profundas, seja emocional, psicológica ou física.

Minha primeira decepção amorosa foi tão devastadora que senti os efeitos das feridas emocionais refletirem em meu corpo, tive gastrite nervosa, queda de cabelo e taquicardia por causa da ansiedade.

Os efeitos colaterais em nosso físico por causa das emoções podem ser curados, mas carregamos para sempre as cicatrizes internas que nos farão relembrar da importância da consciência que precisamos ter em nossas escolhas e ações.

A consciência sobre nossos atos nos capacita a fazer escolhas mais sábias. Escolhas impensadas ou baseadas em opinião de terceiros que não possuem sabedoria e experiência é como caminhar por um campo minado sem atenção aos sinais de perigo.

O ato de questionar as escolhas feitas pode levar a uma reflexão sobre a própria vida, isso irá permitir que você olhe para si e identifique quem você é e quem deseja se tornar.

Eu possuía muitos sentimentos negativos, pensamentos ruins sobre mim, considerava que não era boa o bastante, sempre me diminuía e sempre queria me esconder, meu professor de violino pegava no meu pé: “Sara, para de tocar escondido”. Eu queria me limitar e isso gerava um peso enorme em meus ombros, parecia que sempre estava presa no mesmo lugar.

A partir do momento que comecei a questionar o porquê eu me sentia assim, comecei a liberar perdão, aceitar quem eu sou, parar de me comparar com os outros e me diminuir e passei a enxergar o potencial que Deus havia me concedido, não porque sou especial, e sim porque Ele deu para todos.

Entender os motivos por trás das nossas decisões nos permite viver um período de introspecção profunda.

Para entender minhas ações estudei e passei a desenvolver esses 5 pilares fundamentais:

• Identidade;

• Feminilidade;

• Espiritualidade;

• Mentalidade;

• Construção de Bons hábitos.

A ideia é que a transformação pessoal não é apenas para benefício próprio, mas para inspirar e transformar os outros.

Passei o ano de 2023 estudando sobre esses temas, no mês de abril/maio, senti a necessidade de colocar para fora toda a enxurrada de conteúdo que eu estava consumindo e como uma boa introvertida, comecei a fazer isso escrevendo.

Através da dor ou introspecção você pode descobrir uma nova habilidade.