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Antes de se entregar em uma relação, entenda isso
Metamorfose - Edição #073

Você já se perguntou por que a ideia de ficar sozinha te dá tanto medo?
Não é só sobre querer um companheiro. Nem sobre o desejo genuíno de compartilhar a vida.
É sobre aquela inquietação que surge quando estamos sozinhas. Como se algo estivesse errado. Como se, sem um relacionamento, faltasse um pedaço de nós.
Mas e se esse medo não tivesse nada a ver com amor – e tudo a ver com a forma como seu cérebro foi treinado para enxergar o mundo?
A raiz do medo de estar solteira
A própria palavra solteiro vem do latim solitarius, que significa “isolado” ou “sozinho”.
Estar sem um parceiro é visto como algo indesejável, como se o valor de uma pessoa dependesse da presença de alguém ao lado.
O ser humano não foi feito para viver isolado. Desde os tempos primitivos, nossa sobrevivência dependeu de pertencer a um grupo.
É por isso que estar sozinha ativa os mesmos circuitos cerebrais da dor física – porque, para o cérebro, estar excluída socialmente significa perigo.
Esse medo nos empurra para relações não por amor, mas pelo pavor de ficarmos para trás.
O cérebro busca padrões – e a falta se repete
Nosso cérebro é uma máquina de padrões. Ele aprende com experiências passadas e cria modelos sobre como o mundo funciona.
Se você passou anos se sentindo incompleta, adivinha o que seu cérebro vai procurar? Mais falta.
Ele reconhecerá relações que reforcem essa ausência, que reafirmem a carência, que confirmem a história que ele já conhece.
É por isso que tantas mulheres acabam em ciclos de relacionamentos frustrantes, aceitando menos do que sonharam. Porque, sem perceber, elas escolhem aquilo que é familiar.
Redes sociais e a ilusão do amor perfeito
Como se não bastasse a forma como nosso cérebro opera, ainda há outro fator poderoso nessa equação: a comparação.
Vivemos imersas em um mundo digital onde tudo parece perfeito.
Casais postam jantares românticos, viagens dos sonhos, gestos apaixonados. E, sem perceber, comparamos nosso backstage com o palco dos outros.
Se já existe um vazio dentro de nós, cada foto nas redes sociais só faz parecer que estamos ainda mais atrasadas.
Como se a vida de todo mundo estivesse acontecendo – menos a nossa.
E se basearmos nossas decisões emocionais nisso, corremos o risco de entrar em uma relação apenas para fugir da comparação.
Antes do amor, aprenda a estar só

Trabalhando no meu desenvolvimento.
Se o cérebro busca padrões, a boa notícia é que ele também pode ser treinado para reconhecer novos padrões.
E é aí que entra a solitude.
Diferente da solidão, que é a dor de estar só, a solitude é o prazer de estar consigo mesma.
É nesse espaço que você começa a ouvir sua própria voz, a entender suas verdadeiras necessidades e a construir uma relação saudável com quem você é.
Quando você aprende a ser sua melhor companhia, seu cérebro começa a identificar novos padrões – relacionamentos baseados em respeito, admiração e crescimento mútuo, e não em medo e carência.
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