A cura para o 'por que não eu?

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Hoje vamos tocar num ponto que pouca gente gosta de falar, mas que corrói por dentro: a inveja.

Não aquela inveja óbvia de quem tem mais dinheiro ou uma vida perfeita nas redes sociais.

Falo daquela inveja silenciosa, quase imperceptível, que surge quando vemos uma amiga querida recebendo uma bênção que tanto desejamos para nós.

Sabe quando uma amiga engravida e você está há anos tentando? Ou quando aquela pessoa que nem "merece tanto" (na sua visão) consegue o emprego dos sonhos ou um relacionamento incrível, e você, que se esforça tanto, continua no mesmo lugar?

É nessa hora que a gente sente um aperto no peito. Um "parabéns" que sai meio travado. E a pergunta incômoda sussurra no seu coração: "Por que não eu, Deus? Por que ela?"

Quando você inveja a bênção de alguém — algo que vem de Deus —, no fundo, você não está só questionando a pessoa.

Você está questionando o próprio Deus. Está se perguntando: "Será que Deus é justo? Será que Ele me esqueceu? Será que Ele não me ama tanto quanto ama essa pessoa?".

É um pensamento que nos assusta, porque vai de encontro a tudo que aprendemos sobre fé. Mas essa honestidade é o primeiro passo para a liberdade.

A história dos irmãos de José, lá no livro de Gênesis, é um espelho brutal disso. José era o filho preferido, tinha sonhos proféticos (que eram bênçãos de Deus) e um presente especial. Seus irmãos, ao invés de celebrarem a bênção do pai sobre o caçula, sentiram uma inveja tão grande que... o venderam como escravo!

O que eles invejavam não era apenas o manto colorido, mas o favor de Deus sobre a vida de José. E essa inveja os cegou para o plano maior de Deus, que incluía a salvação deles mesmos através de José.

Os perigos da inveja "santa"

A inveja da bênção alheia é perigosa porque se disfarça. A gente pensa: "Ah, não é inveja. É só um sentimento de injustiça".

Ou "Eu só queria ter o mesmo, não o dela". Mas a raiz é a mesma: a dificuldade de se alegrar com a alegria do outro, e a dúvida sobre a provisão de Deus para a nossa própria vida.

Essa inveja nos paralisa. Ela nos impede de ver as nossas próprias bênçãos (pequenas ou grandes), nos rouba a paz e nos faz focar na escassez, em vez da abundância que Deus tem para cada uma de nós.

Quebrando o ciclo: Confiança e Gratidão

Então, como sair disso?

1. Reconheça a raiz: Se sentir essa pontinha de inveja, respire fundo e confesse a si mesma (e a Deus): "Senhor, sinto inveja dessa bênção e duvido da Sua justiça para mim". A honestidade é poderosa.

2. Confie no tempo de Deus: Entenda que Deus tem um plano e um tempo para você. A bênção da sua amiga não significa que a sua não virá. A história de José prova que o caminho de Deus é misterioso e muitas vezes, demorado, mas sempre perfeito.

3. Celebre de verdade: Comece a praticar a celebração genuína pelas conquistas alheias. Peça a Deus para que o coração do outro se alegre. Isso quebra o poder da inveja em você.

4. Foque na sua própria jornada: Qual bênção você já tem hoje? Pelo que você pode agradecer? A gratidão é o antídoto mais eficaz contra a inveja.

A inveja da bênção alheia não é sobre o que a outra pessoa tem. É sobre o que você acredita que Deus não tem para você.

Que possamos confiar plenamente no amor e na justiça do nosso Abençoador, celebrando cada bênção, seja ela nossa ou do próximo.

Com carinho,

Sara Souza

Obrigada por ler até aqui e até a próxima. 🌹

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