O silêncio assusta mais que a briga

Metamorfose - Edição #123

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Existe um momento, logo após o fim (ou quando decidimos que precisa ser o fim), em que nos sentimos completamente loucas.

Racionalmente, você tem uma lista de 10 motivos óbvios para ir embora. Você sabe que não tem futuro. Você sabe que merece mais. Você sabe que a conta não fecha.

Mas, emocionalmente, você está em carne viva. Você sente uma saudade física. Uma urgência de mandar mensagem. Uma sensação de que cometeu um erro terrível ao desistir.

Por que dói tanto deixar ir algo que, na prática, já estava te machucando?

A medicina tem um nome para isso: Síndrome do Membro Fantasma.

Quando uma pessoa tem uma perna amputada, é comum que ela continue sentindo coceira, cãibras ou dores terríveis naquela perna... mesmo que a perna não esteja mais lá.

O membro se foi, mas o mapa neural no cérebro ainda existe. As conexões nervosas ainda estão procurando o apoio que costumava estar ali.

Nos relacionamentos, acontece a mesma coisa.

Você não está sentindo falta dele (a pessoa real, com defeitos, que te ignorava ou te diminuía). Você está sentindo a dor da amputação de uma parte da sua rotina, da sua identidade e da sua segurança.

Seu sistema nervoso se acostumou a ter aquela presença – mesmo que fosse uma presença ruim.

  • É melhor ter alguém brigando com você do que o silêncio absoluto da sala.

  • É melhor ter a ansiedade da espera do que o vazio da certeza de que ninguém virá.

O cérebro humano odeia o vazio. Ele prefere a dor conhecida ao abismo desconhecido.

O que você precisa saber para sobreviver a essa fase:

  1. Abstinência não é Amor. Aquele aperto no peito que te faz querer voltar correndo? Isso não é uma prova de que ele é o amor da sua vida. Isso é crise de abstinência. Seu cérebro estava viciado nos picos de emoção (bons e ruins) e agora está em choque químico pela falta do estímulo. Não confunda vício com destino.

  2. A dor não significa que você errou. Nós tendemos a pensar: "Se está doendo tanto, deve ser porque eu não deveria ter ido embora". Mentira.

    Uma cirurgia para retirar um tumor dói. A recuperação dói. A fisioterapia dói. Mas isso não significa que você deveria ter deixado o tumor lá. A dor é parte da cura, não um sinal de arrependimento.

  3. O "Fantasma" desaparece. Com o tempo, o cérebro remapeia o corpo. Ele entende que aquela perna não existe mais e aprende a caminhar com um novo equilíbrio. A urgência vai passar. O silêncio vai deixar de ser assustador e vai virar paz.

Não mande a mensagem. Não reabra a ferida só para checar se ela ainda sangra (ela sangra).

A cura não é mágica, é biológica. O seu cérebro vai se reconfigurar.

O mapa vai mudar. Um dia, você vai acordar e perceber que o 'membro fantasma' parou de coçar. Você vai olhar para o espaço vazio ao seu lado e não vai sentir falta; vai sentir espaço.

Não troque a sua cura definitiva pelo alívio momentâneo de uma recaída. Deixe doer agora para não doer para sempre. A cicatriz que vai ficar não é uma marca de perda. É a prova de que você teve a coragem de cortar o que estava te impedindo de viver.

Com carinho,

Sara Souza

Obrigada por ler até aqui e até a próxima. 🌹

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