A diferença entre ser persistente e ser teimoso

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Existe um gráfico famoso no mundo das startups chamado "O Vale do Desespero".

Ele descreve a jornada de qualquer projeto novo:

1. Otimismo Injustificado: O começo. Tudo é novidade, a ideia é genial, a dopamina está alta.

2. Pessimismo Informado: Os problemas aparecem. É mais difícil do que parecia. O engajamento cai.

3. O Vale do Desespero: O ponto baixo. Você trabalha muito e vê zero resultado. A vontade de desistir é quase física.

A maioria das pessoas (e dos seus concorrentes) desiste no ponto 3. Elas largam o projeto e correm para a próxima "ideia brilhante", reiniciando o ciclo e garantindo que nunca sairão do lugar.

Mas aqui mora um perigo: Como saber se você está sendo persistente (o que leva ao sucesso) ou apenas teimoso (o que leva à ruína)?

A linha é tênue, mas a diferença é técnica:

1. A Teimosia ignora os dados

O teimoso faz a mesma coisa, do mesmo jeito, esperando um resultado diferente. Ele está apaixonado pela ideia, não pela solução. Ele ignora o feedback do mercado porque o ego dele não aceita estar errado.Isso não é persistência, é delírio.

2. A Persistência ajusta a rota

O persistente é obcecado pelo objetivo, mas flexível no método. Ele olha para os dados. Se o Plano A não funcionou, ele não desiste da meta; ele tenta o Plano B, C, D. Ele ajusta, otimiza, pivota. Ele não para de bater na parede, mas ele troca a marreta por uma britadeira se for preciso.

O Segredo do "Bambu Chinês" (sem o clichê de autoajuda)

Você já ouviu a história do bambu que cresce 5 anos para baixo (raízes) antes de crescer para cima. É bonita, mas vamos traduzir para a vida real:

O crescimento exponencial é invisível a olho nu.

Quando você está postando todo dia e ninguém comenta. Quando você está prospectando clientes e ninguém fecha. Quando você está treinando e a balança não mexe. Você não está "parada". Você está acumulando potencial elástico.

James Clear, autor de Hábitos Atômicos, chama isso de "Platô do Potencial Latente". Você está armazenando energia. O mundo exterior não vê, mas a estrutura interna está mudando.

O problema é que desistimos aos 4 anos e 11 meses, achando que o bambu morreu, quando ele estava a um dia de romper o solo.

O conselho de hoje é sobre tédio.

Somos viciados em novidade. Mas o sucesso real, aquele que constrói impérios e carreiras sólidas, é feito de uma rotina monótona, repetitiva e sem aplausos.

A persistência não é um ato heroico de um dia. É a capacidade de acordar numa terça-feira chuvosa, sem vontade nenhuma, e fazer o que precisa ser feito mesmo assim.

Se os dados mostram que você está no caminho certo, ignore seus sentimentos de frustração. Sentimentos são passageiros. Resultados são construídos.

Continue batendo na parede. A rachadura já está lá, você só não conseguiu vê-la ainda.

Com carinho,

Sara Souza

Obrigada por ler até aqui e até a próxima. 🌹

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